terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Rolezinho no Shopim ou Rolezinho no Shopping

Movimento Rolezinho no Shopim


Estou pasmo! Sites estão comparando o "rolezinho no shoppim" ao escravismo. Sites estão comparando o "rolezinho no shopim" ao preconceito racial, estão comparando ao imperialismo, estão comparando ao neofascismo...

Não serei mais um a rotular. Utilizando um pouco de retórica e alguns princípios da filosofia, vou apenas discorrer sobre o que o movimento "rolezinho no shopim" não é.

- Não é escravismo - Comparar um movimento de jovens livres, que poderiam estar estudando, que poderiam estar trabalhando, que poderiam estar recolhendo lixo da beira da praia ao escravismo é no mínimo uma ofensa a memória dos escravos. Sejam índios, negros, hindus...

- Não é preconceito racial - Essa é fácil de responder, há somente uma raça participando do "rolezinho" ?

- Não é preconceito social - Há uma faixa salarial mínima ou renda bruta familiar mínima para participar do "rolezinho" ? Por qual meio os encontros são marcados ? - Através do Facebook. Logo entende-se acesso a internet, acesso a informação.

- Não é modelo Imperialista das classes dominantes - Não é. Nem vale a pena entrar em uma discussão acerca de uma hipótese tão infundada.

- Não é Neofascismo - De onde tiram isso ?

É muito fácil mudar o mundo quando há um pai para pagar as contas. O "rolezinho" nada mais é do que uma afronta ao código de etiqueta presente na sociedade. -Porque tenho que ir ao shopping bem vestido e me comportar ? Porque não posso ir até a praça de alimentação e ensaiar uma coreografia de um Funk ?
Algumas das respostas para essas perguntas podem ser  encontradas no código penal, outras podem ser entendidas como parte do código de ética da vida em sociedade. A pessoa vai até a praça de alimentação de um Shopping para comer, não para assistir a uma apresentação de um movimento de jovens. Simples assim. Vamos colocar da seguinte maneira: - É o Shopping o local ideal para uma manifestação popular de um pequeno grupo ? Porque não realizar essa manifestação em praça pública ? Você vai promover uma manifestação contra a polícia dentro de um quartel ? Você vai para dentro de um hospital reclamar da saúde pública ? 

A mídia de uma maneira geral influencia muito a tomada de decisões e a conceitualização de ideias e ideais da juventude. Quando falo em mídia, me refiro especialmente a televisão. Eu tenho a impressão de que muitos jovens acreditam que a televisão oferece informação de valor científico em novelas e programas de auditório por exemplo. 

Estamos dando respostas erradas para uma pergunta mal formulada. Estamos tentando explicar um problema que não existe, um problema que foi inventado e não observado. Vamos aumentar a escala, a dimensão, e ver que fica mais fácil entender a questão. A lei diz: Não é permitido dirigir com menos de 18 anos e para dirigir é preciso carteira de habilitação.. Então um município decide que seus cidadãos poderão dirigir aos 14 anos sem habilitação. É absurdo, inviável e impossível, parece claro não é ? Então outros municípios de outros lugares acham a ideia positiva, e passam proclamar leis iguais, por outro lado a polícia passa a autuar em flagrante os jovens motoristas. Mas porque ? Porque é uma lei impossível, ilegal, que vai contra parâmetros já estabelecidos e consolidados, por força de lei. Então os municípios decidem protestar contra a lei federal, eles se dirigem a praça de alimentação de um shopping que fica em uma cidade avessa a lei proposta. É o correto ? Ou melhor, é eficiente ? 

Não sou contra manifestações, mas para que uma manifestação seja legítima, ela não pode ir contra as leis vigentes, pode-se e deve-se contestar as leis existentes através do diálogo e não através da imposição da vontade de uns sobre a vontade de outros. 

sábado, 30 de novembro de 2013

Livro A Viagem do Descobrimento por Eduardo Bueno

Olá,

não tenho a pretensão de escrever uma resenha técnica ou crítica. O que eu achei:

O autor tenta descrever os motivos que levaram Pedro Alvares Cabral a descobrir o Brasil, há boas referências ao cenário político e tecnológico da Portugal de 1500. Não vejo o livro como "O livro definitivo do descobrimento", mas sim como uma excelente opção para quem procura entender melhor os costumes e a ciência do século XVI. 

As embarcações são bem descritas, diversas curiosidades são mencionadas e até mesmo explicadas detalhadamente. Figuram diversos personagens históricos de grande relevância, e o autor cria uma timeline de eventos bem definida.

Eu possuo a segunda edição, e nessa edição encontrei alguns erros de digitação e de impressão, por exemplo na página 85, 3ª linha "Henrique" está grafado como "Hentique", e em diversas ocasiões a impressão está desalinhada com a página. 

É um livro que eu recomendo. Livro de litura rápida e simples, são apenas 108 páginas que podem ser devoradas em poucas horas. Vale mencionar que o livro é barato, eu adquiri na livraria Cultura por aproximadamente R$ 10,00. 

Até a próxima!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Sessão plenária na Câmara de vereadores de Porto Alegre

Olá, 

hoje dediquei algumas horas do meu dia para acompanhar a sessão plenária da Câmara de vereadores de Porto Alegre. Foi uma experiência no mínimo elucidativa. 

De um lado o vereador Dr. Thiago Duarte, do PDT, enaltece a eleição democrática do diretório dos estudantes da UFRGS, de outro, a vereadora Fernanda Melchionna, do PSOL, questiona a eleição do Gabriel Marchesi, também conhecido como "Nazista da UFRGS", mas que na realidade é assumidamente "Fascista". Após uma sessão de réplicas e tréplicas, após até mesmo o presidente da câmara utilizar a tribuna para exercer seu direito de resposta, e é claro, ser questionado pela vereadora sobre qual a prerrogativa para utilização do tempo, entendi claramente o porquê da demora na votação de projetos de interesse público. 

Após um período de discursos demagógicos, o vereador Tarciso Flecha Negra, do PSD, recebe a palavra e passa a discursar, sem muita eloquência, sobre o nome do futuro projeto da futura marina do futuro projeto da futura renovação do cais de Porto Alegre. A ideia do vereador é a de que a futura marina... seja nomeada em homenagem ao Almirante Negro, João Cândido Felisberto, que foi o líder da revolta da chibata em 1910. Ora, não vejo outro nome mais apropriado. O que parece não ser apropriado é que o projeto original não contempla o nome "João Cândido Felisberto", figura no projeto apenas Almirante Negro. Após mais de uma hora de discussão os vereadores concluíram que o nome da marina não deve ser "Marina Almirante Negro" e sim "Marina Almirante Negro João Cândido Felisberto". Ou seja, a votação foi adiada para a próxima sessão plenária., se houver quorum é claro.

Resta a impressão de que os assuntos de ordem pública como educação, saúde e segurança, figuram em segundo plano, sendo os assuntos de menor importância debatidos sem uma ordem criteriosa que vise o efetivo bem estar da comunidade. Continuo afirmando que o voto é nossa maior arma para mudar o sistema, mas será que temos onde mirar ? A pergunta que fica é: - Em quem votar?

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Atuação da Smic na apreensão de medicamentos

A Secretaria Municipal da Produção Indústria e Comércio (SMIC) está propagandeando os telefones para denúncias, há um grande estímulo para que as pessoas denunciem vendedores ambulantes que comercializem medicamentos "piratas". Os agentes da Smic automaticamente classificam como "pirata" todo e qualquer medicamento, independente de ser efetivamente falso, que não recolha os devidos impostos.


Em entrevista, o secretário adjuntoda SMIC  José Olmiro Oliveira Peres afirma que o fator que leva as pessoas a buscarem medicamentos em vendedores ambulantes é o alto valor dos medicamentos nas farmácias convencionais. Sendo assim, a população de baixa renda busca os vendedores ambulantes como alternativa.



O que fica claro e é indiscutível é que a SMIC opera combatendo um problema causado pelo próprio sistema que mantém a entidade fiscalizadora. Vamos entender melhor. As empresas farmacêuticas operam com altas margens de lucro, até ai tudo bem, empresa farmacêutica e consciência social não andam de mãos dadas. O governo taxa estes produtos de modo que o alto lucra é acrescido de altos impostos.A farmácia, por sua vez, que é o elo final entre o fabricante e o consumidor, além da margem de lucro tem que arcar com mais impostos, além de encargos trabalhistas, sedes, publicidade etc. Todo esse aglomerado de custos é repassado ao consumidor, o que torna a aquisição de alguns medicamentos simplesmente impraticável para grande parte da população.  



O governo falha em prover medicamento para quem não tem recursos, mas não falha em combater a sonegação de impostos. Sonegar não é certo, sonegar só tem a prejudicar a sociedade brasileira. A questão que eu levanto é quanto as prioridades e a ordem de resolução dos problemas.

Deputada Estadual Juliana Brizola

Olá,

dizem que política e religião não se discute, entretanto vou lançar aqui algo que a Deputada Juliana Brizola disse em programa exibido às 16 horas no canal 16 da Net. 

A Deputada defende que o PDT deve resgatar o espírito democrático do partido através do voto direto dos militantes para as eleições das lideranças do partido. Parabéns Deputada! Se de fato ocorrer, o "coronelismo" dentro do partido estará com os dias contados. 

Atualmente os membros do partido são sujeitados ao mandos e desmandos do presidente Carlos Lupi, que de acordo com a Deputada opera por modo do "toma lá, dá cá", firmando acordos que atendem interesses puramente políticos em detrimento dos interesses democráticos dos cidadãos. 

Concordo também com a Deputada Juliana Brizola que o Dr. Alceu Colares seria um presidente que resgataria as raízes ideológicas do partido, ou seja, o partido voltaria a tremular com força total a bandeira da educação.

Esta foi a primeira entrevista da Deputada que tive a oportunidade de assistir, devo salientar que fiquei impressionado com a simplicidade e coerência da Deputada Juliana Brizola. 

Deixo registrado que ao nos afastarmos da política não estaremos contribuindo para mudanças efetivas na política brasileira. O voto é um instrumento poderoso e deve ser utilizado dessa forma, como ferramenta ou alavanca que  vai impulsionar o Brasil. Precisamos com urgência criar ou expandir nossa consciência política.

Pense bem, Outubro de 2014 está próximo, não vote com o coração, pesquise e vote com razão. 

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Será ?

Os critérios do BNDES para distribuição de recursos para emissora de televisão não lembram de alguma forma o modo como o D.I.P, na era Vargas, concedia isenção de impostos para importação de papel ?


Mais informações:



Tire sua conclusões!

Conversas Cruzadas - TVCOM - 20/11/2013

Assistindo o programa Conversas Cruzadas, exibido pelo canal 36 em Porto Alegre, não pude deixar de dedicar especial atenção aos comentários do Dr. Antônio Carlos Côrtes, que é advogado e discursou sobre o programa de cotas para minorias, bem como a Dra. Leni Vieira Dornelles que é Doutora em educação. 

Primeiro os comentários do Dr. Antônio que chamaram minha atenção.

"Estou tentando mudar o Hino Gaúcho, a parte que fala "Povo que não tem virtude acaba por ser escravo"." Nessa colocação ficou calara a alusão a história da escravidão de negros africanos. Acho que a colocação foi extremamente infeliz. Se no hino tivéssemos a expressão "Raça que não tem virtude acaba por ser escravo" seria compreensível o pleito do Dr. Antônio. O branco, o negro, o índio e demais raças são partes do povo brasileiro. O "povo gaúcho" ao qual o Hino Rio Grandense se refere não faz qualquer alusão a origem, raça, descendência, etc. Dá a impressão de se tratar de uma declaração polêmica, vazia e nada mais. 

O outro comentário foi: -"Cotistas e não cotistas enfrentam a mesma dificuldade. O cotista tem acesso a universidade pelo sistema de cotas, mas não sai pelo sistema, ele tem que ser aprovado.". Ora, no meu entendimento, a grande dificuldade é justamente o acesso a uma Universidade Federal, ou pública. O graduando, com uma dose de boa vontade, frequência e estudo, não terá dificuldades em ser aprovado. O grande fator determinante da política de cotas é justamente o acesso, que é o difícil. Mais uma vez, na minha opinião, foi uma colocação infeliz e uma mera tentativa em justificar o injustificável. 

O comentário da Dra. Leni, foi quanto ao prejuízo causado pelo tráfico negreiro no que diz respeito as raízes familiares dos escravos. Ela disse: -"O descendente de escravo pode rastrear suas origens a até 3 ou 4 gerações, a partir disse não há o que fazer". Concordo em parte e discordo em parte, explico.  O escravo, por não manter o nome de família ou nome de batismo, realmente encontra dificuldades em rastrear suas origens, até mesmo a impossibilidade. Da mesma forma, ou de modo parecido, descendentes de imigrantes também encontram dificuldades, e até mesmo a impossibilidade em conhecer suas origens mais remotas. Não estou procurando uma forma de "amenizar", estou apenas levantando uma questão prática, que é a inexistência de registros.

O fato de não concordar com opiniões não significa que não tenha respeito por elas ou pelas pessoas que manifestaram tais opiniões.