quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Conversas Cruzadas - TVCOM - 20/11/2013

Assistindo o programa Conversas Cruzadas, exibido pelo canal 36 em Porto Alegre, não pude deixar de dedicar especial atenção aos comentários do Dr. Antônio Carlos Côrtes, que é advogado e discursou sobre o programa de cotas para minorias, bem como a Dra. Leni Vieira Dornelles que é Doutora em educação. 

Primeiro os comentários do Dr. Antônio que chamaram minha atenção.

"Estou tentando mudar o Hino Gaúcho, a parte que fala "Povo que não tem virtude acaba por ser escravo"." Nessa colocação ficou calara a alusão a história da escravidão de negros africanos. Acho que a colocação foi extremamente infeliz. Se no hino tivéssemos a expressão "Raça que não tem virtude acaba por ser escravo" seria compreensível o pleito do Dr. Antônio. O branco, o negro, o índio e demais raças são partes do povo brasileiro. O "povo gaúcho" ao qual o Hino Rio Grandense se refere não faz qualquer alusão a origem, raça, descendência, etc. Dá a impressão de se tratar de uma declaração polêmica, vazia e nada mais. 

O outro comentário foi: -"Cotistas e não cotistas enfrentam a mesma dificuldade. O cotista tem acesso a universidade pelo sistema de cotas, mas não sai pelo sistema, ele tem que ser aprovado.". Ora, no meu entendimento, a grande dificuldade é justamente o acesso a uma Universidade Federal, ou pública. O graduando, com uma dose de boa vontade, frequência e estudo, não terá dificuldades em ser aprovado. O grande fator determinante da política de cotas é justamente o acesso, que é o difícil. Mais uma vez, na minha opinião, foi uma colocação infeliz e uma mera tentativa em justificar o injustificável. 

O comentário da Dra. Leni, foi quanto ao prejuízo causado pelo tráfico negreiro no que diz respeito as raízes familiares dos escravos. Ela disse: -"O descendente de escravo pode rastrear suas origens a até 3 ou 4 gerações, a partir disse não há o que fazer". Concordo em parte e discordo em parte, explico.  O escravo, por não manter o nome de família ou nome de batismo, realmente encontra dificuldades em rastrear suas origens, até mesmo a impossibilidade. Da mesma forma, ou de modo parecido, descendentes de imigrantes também encontram dificuldades, e até mesmo a impossibilidade em conhecer suas origens mais remotas. Não estou procurando uma forma de "amenizar", estou apenas levantando uma questão prática, que é a inexistência de registros.

O fato de não concordar com opiniões não significa que não tenha respeito por elas ou pelas pessoas que manifestaram tais opiniões.


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